quarta-feira, 10 de novembro de 2010

C'est la vie


O ser-humano é um eterno insatisfeito já parafraseava Freud sobre suas teorizações do objeto absoluto. Sim, hoje trata-se de um desabafo. Talvez por ter sentido minha irmã por perto, talvez por um amigo, companheiro e sua alegria ter deixado nossos dias. Talvez por que senti falta do sol e do aconchego da família.

Nesta vida do lado de cá vemos muitas pessoas virem e irem, e talvez por que ficamos sempre sentimos mais. De fato ando cansada, ando necessitada de alguma estabilidade. Apesar do encantamento de conhecer tantas culturas diversas, novos lugares, novos sabores, sinto um falta asfixiante do conhecido, do seguro, do conforto do "velho".

No geral, há sempre aquele pensamento de senso comum, " Ah, mas você está na Europa", ou então discuto com a minha própria consciência , " foi uma escolha e com ela vem o bom e o mal". Sim, eu sei de tudo isso, mas por hoje gostaria de estar em um conto de fadas, onde o mais improvável pode acontecer, onde posso ser teletransportada.

Hoje só queria estar em casa e sentir o cheirinho da cozinha da minha mãe e esperar pela velha pergunta: está bom? Escutar painho batendo a porto e dizer "querida cheguei", de ouvir o barulho esquisito da minha irmã coçando a garganta. Ter uma das longas conversas fúteis que passam sem aviso a discussões filosóficas com Desinha. Do colo de Érica e de suas palavras de auxílio. Do sorriso de Bó e do cheirinho do bolo da mãe dele, Tia Mila.

Sei que amanhã será um novo dia e com eles novos objetivos, uma nova chance, Mas confesso, estou cansada. Preciso urgentemente reenergizar a alma, acalentar o coração.