quarta-feira, 30 de junho de 2010

Na Publicidade e no Futebol nem toda estratégia é previsível

Sou publicitária de corpo e alma. Tenho saudade, com um certo alívio, dos dias da correria midiática, elaborar boas estratégias e assistir ao crescimento das vendas ou de recall dos clientes devido a boas ideias.Hoje em dia, o ponto alto de algumas marcas é associa-la a celebridades, atletas, atores, pessoas públicas em geral.

O problema é que nem sempre o tal midiático escolhido faz juz ao patrocínio. Que dirá a Nike, com patrocínios milionários, recheados de atletas de várias categorias. Pois é!Em tempos de Copa do Mundo, onde a visibilidade é altíssima, parece que a marca chutou para fora de campo todas as possibilidades.

O Ronaldinho Gaúcho nem foi convocado. A seleção Inglesa apresentou um Rooney pouco expressivo e já foi eliminada. Drogba da Costa do Marfim é um grande jogador, mas não passou da fase de grupos.A França foi um desastre e junto mais um patrocinado Nike,o Ribery.E para fechar o escolha desastrosa, a eliminação da Itália, e do poderoso Cannavaro, e a eliminação de Portugal com o Cristiano Ronaldo.

Nike não arriscou muito, patrocinou seleções favoritas, apesar de não patrocinar nenhum alemão. O único risco foi a Costa do Marfim, no entanto, o Drogba apresenta um futebol fantástico, e justifica-se por isto. Agora basta saber quem vai " escrever o futuro", a Nike certamente não é!E sim me recuso a falar da eliminação do Brasil, ainda engasga ter descascado a laranja e não ter engolido o bagaço...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Futebol de calcinha

Hoje a seleção canarinha entra em campo para as oitavas de final, meu coração já fica apertado desde o primeiro minuto da manhã. O time de Dunga tem conseguido vitórias, mas não conseguiu convencer o coração dos milhões de brasileiros. E não estou falando do futebol-arte tão reconhecido pelo mundo. Claro, que é importante considerar que as demais seleções tem apresentado um jogo pouco ofensivo e cheio de retrancas. Mas, as táticas de jogo apresentadas não convencem, o jogo é manco e esquisito.

O nosso próximo desafio é o Chile, um time na qual temos 100% de aproveitamento com a geração atual, o jogo promete ser aberto. O importante é pensar no hoje e não em revanchismos e tabus. Kaká está de volta, e espero que faça uma apresentação digna de seu bom nome ao longo dos anos. Enquanto isso na África brasileira, meu glorioso time , Sport Clube do Recife amarga uma péssima colocação na série B do brasileirão. O mesmo time que acaba de ganhar o pentacampeonato Pernambucano e que ganhou a Copa do Brasil em 2008. Mas, futebol é assim mesmo…

E por favor não venham com esse papinho estereotipado e machista que futebol NÃO é coisa de mulher. Eu cresci em volta dos gramados graças ao meu pai, nos levava desde pequenas para ver o jogo. Sim, sai da maternidade vestida no manto sagrado e não era raro nos ver de uniforme rubro-negro entre pitós e chiquinhas.Alias, cresci vendo a minha voinha, criaturinha mais meiga e querida, chamar todos os palavrões que venham a cabeça a assistindo as partidas de futebol seja no campo ou pela TV. Hoje a inserção das mulheres no esporte é tida como natural, seja nas arquibancadas, seja nas coberturas, comentários e na prática, com as mulheres a apitar as partidas.
São 90 minutos de gritaria, suor, chutes na trave, escanteios, faltas, impedimentos mal marcados e recheados de lances polêmicos. Alias, a arbitragem da copa , tem sido pauta da agenda pública diariamente, pelo pior motivo. Fiiilhos da puta! Esse discurso sem graça de que mulher assiste jogo para ver apenas as pernas dos jogadores é preconceituoso, e por que não cheio de inveja da nossa visão multifacetada. Não que eu discorde que vê o Santa Cruz do Paraguay jogando seja um colírio, e que sim muitos jogadores batem um “bolão”.

O futebol é sangue, suor, paixão, alegria, não importa se os gritos vem de uma voz mais grave ou aguda, a paixão por este desporto é pura tarefa da democracia. Um amigo querido escreveu que a mulher não tem nenhuma paixão que relacione-se ao amor masculino pelo futebol. Claro, querer relacionar cabelos, compras, novela ao futebol é um crime hediondo. Para as mulheres que apreciam e dividem essa paixão o futebol está para o futebol como futebol! Torcemos, discutimos, brigamos de igual para igual, e sim sem perder o estilo.

domingo, 27 de junho de 2010

No carrossel da vida

Confesso que a ideia de criar um blog não foi minha, meu fiel companheiro que me incentivou a colocar em palavras escritas o que nem sempre consigo expressar verbalmente. Em bom Português europeu, cá estou eu, pá!
Mergulhei em uma experiência que iria mudar completamente a minha vida e a perspectiva que tinha de mundo há 3 anos. Sair da minha zona de conforto não foi fácil, e não digo apenas sair da casa de mainha com tudo perfeitamente sincronizado e cuidado. Mas, sair de perto das pessoas que me faziam ser alguém especial, alguém que fazia sentido no mundo deles e no meu. Cheguei a Lisboa com duas malas na mão, nenhum conhecido e um namorado recente.Deixei por lá os braços quentinhos de painho, a gargalhada contagiante de mainha,a voz rouca e calmante da minha irmã, o protecionismo dos meus irmãos, o colo de voinha. A amizade e companheirimo de Bó, Keka,desinha e de tantos outros valorados no meu coração.

Conhecer lugares a turismo é completamente diferente de emergir no cotidiano, conhecer as ruas, a história, ser parte daquela história. Reconhecer defeitos e qualidades daquele lugar. Meu primeiro ano aqui foi difícil, conviver com sensações que nunca havia experimentado enquanto cidadã do mundo, lutar contra a depressão, o isolamento e dividir o pequeno espaço de um quarto com um desconhecido. Trabalhar em sub-empregos com a qual havia apenas me deparado na adolescência para ganhar "algum". Ao mesmo tempo que foi complicado deixar de ser "alguém" foi um experiência com muito crescimento pessoal.

Agora "cá estou eu, pá! Três anos depois, outra Soraya, aya, sol , solzinha, o meu coração sempre será aquela que saiu de Recife. Mas, a minha alma adiquiriu cicatrizes e acrescentou a luz daqueles que conheci e que têm me deixado muito de si. A ideia de criar este blog só agora, anos mais tarde, é por que começo a sentir novamente a sensação das borboletas no estômago. A sede e o receio da mudança. Hoje já não tenho medo dela, o tal namorado recente, tornou-se o melhor companheiro que o meu coração e a vida poderiam me escolher, Lisboa é hoje parte de mim e da minha história, deixei de ser ninguem no conglomerado lisboeta para ser novamente alguém com diferencial na vida dos amigos muito especiais que são hoje parte da minha família do mundo. Deixei os sub-empregos, por uma bolsa de estudos paga pelo governo que me maltratou um bocado por ser "imigrante".

Vou passar uma temporada em Londres e novamente me deparo com o desconhecido, não exatamente como vim para o além mar, por que já conheço um pouco da cidade das Pints. Mas , novamente vou abrir meu coração para um novo lugar, novas pessoas e experiências. Estou ansiosa, grata e saudosa, mas acho que depois de tudo isso, saudade vai ser uma constante no meu dicionário da vida. E isso sim é viver ...